Tempo de leitura: 2 minutos

O mês que começa é marcado pela campanha Junho Violeta, de conscientização em relação a uma doença que pode levar à perda da visão, o ceratocone. Segundo o Ministério da Saúde, a doença é uma das principais responsáveis pelos transplantes de córnea realizados no Brasil.

A doença, que pode ocorrer em um olho ou em ambos, tem como característica a distrofia contínua e progressiva que afeta a estrutura da córnea, provocando afinamento central ou paracentral, fazendo que a estrutura fique com um formato semelhante ao de um cone. Os jovens são os mais atingidos e os indícios da doença costumam aparecer entre os 13 e 18 anos de idade, progredindo por cerca de oito anos.

A causa do ceratocone é multifatorial. É uma doença congênita que acomete entre 0,5% e 3% da população mundial. Estudos indicam que o ceratocone também pode estar relacionado a mudanças físicas e bioquímicas no tecido corneano. Entretanto, há um fator de extrema relevância para a prevenção da doença.  “O ceratocone está intimamente ligado ao hábito de coçar os olhos. Daí a importância de uma conscientização mais ampla da sociedade para alertá-la sobre os malefícios desse hábito”, enfatiza Ricardo Paletta Guedes, presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia.

“Vale ressaltar que o ato de coçar os olhos não é normal e se o paciente o faz é porque tem algum problema, como alergia ou olho seco”, completa. Por isso, além da indicação de não coçar os olhos, é importante tratar a coceira, seja ela provocada por alergia ocular ou pelo olho seco, evitando que o quadro do paciente se agrave.

A doença tem diferentes fases e o tratamento consiste em procedimentos diferentes, indicados de acordo com cada caso. Na fase inicial, por exemplo, o ceratocone não apresenta sintomas e é identificado por meio de exames complementares. Nessa etapa, a visão pode ser corrigida com o uso de óculos. As lentes de contato são indicadas quando os óculos não conseguem oferecer uma boa visão. Na fase moderada, pode haver indicação de implante de anel intracorneano, ou o crosslinking, para interromper a progressão da doença. Já a perda de visão acontece em fases mais avançadas da doença, levando ao transplante de córnea.

Dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia indicam que o problema atinge, anualmente, cerca de 150 mil pessoas no País. A campanha Junho Violeta envolve as sociedades médicas e o CBO para levar informações sobre o ceratocone à população, alertando sobre como preveni-la. “Nos consultórios os oftalmologistas já costumam alertar pacientes e familiares sobre o cuidado necessário com os olhos e sobre a relevância de evitar coçá-los. Essa é a questão mais importante relacionada à campanha”, finaliza Guedes.

Compartilhe esse post