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Foi aprovado recentemente nos Estados Unidos o anticorpo monoclonal teprotumumabe (Tepezza, da Horizon Therapeutics), indicado para o tratamento de adultos com doença ocular da tireoide.
Essa enfermidade é uma condição periocular debilitante, desfigurante e potencialmente ofuscante. Fortes evidências implicaram o receptor de fator de crescimento semelhante à insulina I (IGF-IR) na patogênese desta doença.
Essa é uma condição auto-imune grave, progressiva e com risco de visão que pode causar proptose, estrabismo, dor ocular, sensibilidade à luz, visão dupla e, em alguns casos, até cegueira.
Estima-se que 20 mil americanos anualmente sofram da enfermidade, que é mais comumente associada ao hipertireoidismo ou à doença de Graves.
No entanto, surge de um processo separado que envolve autoanticorpos que ativa um complexo de sinalização mediado por receptores do fator de crescimento semelhante à insulina 1 em células dentro da órbita ocular. O teprotumumabe, administrado em oito infusões uma vez a cada três semanas, bloqueia esse receptor.
Estudos para doenças oculares da tireoide
Essa aprovação do foi baseada nos resultados de dois ensaios clínicos: um estudo de fase 2 que envolveu 42 pacientes com oftalmopatia associada à tireoide moderada a grave, que mostrou melhoras significativas no tratamento com teprotumumabe, que durou até 72 semanas.
Já no ensaio multinacional OPTIC de fase confirmatória subsequente 3, em 24 semanas, 41 pacientes tratados com o medicamento apresentaram redução de 2 mm ou mais na proptose sem deterioração no outro olho (82,9% vs 9,5 % dos 42 pacientes que receberam placebo; P <0,001).
Melhorias significativas também foram observadas em outros resultados avaliados, incluindo dor orbital, edema palpebral, diplopia e escores de qualidade de vida.
Eventos adversos
Os eventos adversos do teprotumumabe incluem espasmo muscular, náusea, alopecia, diarreia, fadiga, hiperglicemia, perda auditiva, pele seca, disgeusia e cefaleia. A maioria desses eventos foi classificada de leve a moderada, sendo administrável nos estudos com poucas interrupções durante a terapia.
O medicamento é contraindicado durante a gravidez.
Doença de Graves
Em dezembro de 2019, o Comitê Consultivo para Drogas Dermatológicas e Oftálmicas da FDA votou por unanimidade a favor da aprovação do teprotumumabe. O fármaco recebeu o status acelerado em abril de 2015 e a designação da terapia inovadora em julho de 2016. Recebeu a designação de medicamento órfão em 19 de junho de 2019.
A aprovação vem antes da data prevista para a Lei de Taxas de Usuários de Medicamentos com Receita Médica (PDUFA), de 8 de março de 2020.
Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, a doença de Graves é autoimune, que gera uma anomalia no funcionamento da glândula tireoide. Também é a única forma de hipertireoidismo, que apresenta como sintomas irritação nos olhos e pálpebras, além das manifestações mais comuns.
A causa é incerta, mas acredita-se que os anticorpos estimulam uma produção de hormônios tireoidianos. Pode ser diagnosticado pelo aumento de volume da tireoide e pelo excesso de hormônios produzidos pela glândula no sangue.
Há ainda um outro subtipo da enfermidade, que é bem menos comum chamada de dermopatia de Graves. Ela afeta a pele, deixando-a com aspecto mais grosso e avermelhado, principalmente as partes inferiores do corpo, como as pernas e os pés.

Fonte: PEBMED

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