Afinal, o dispositivo ultrapassou o seu objetivo inicial (realizar ligações sem fio em qualquer lugar) para concentrar atualmente diferentes serviços e recursos essenciais.
Do home office a compra, passando por opções de entretenimento, aplicativos de mensagens e relacionamento e até operações bancárias, praticamente tudo é feito em sua tela. Evidentemente, os profissionais de saúde também incorporaram esse equipamento em suas rotinas nos consultórios – uma medida que trouxe mais qualidade no atendimento ao paciente.
É um cenário que mesmo os médicos mais conservadores em relação à tecnologia não podem mais ignorar. Em 2020, a pesquisa anual realizada pelo Centro de Tecnologia de Informação Aplicada (FGVcia), da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas, mostrou que há 234 milhões de smartphones (celulares inteligentes) em uso no Brasil – mais do que um por habitante.
Aplicativos de mensagens dominam a preferência dos brasileiros: 93% utilizam o WhatsApp diariamente, segundo o Panorama Mobile Time/Opinion Box. Não à toa, 65% dos médicos confirmaram que já utilizam esse app nas interações com seus pacientes, de acordo com levantamento da Associação Paulista de Medicina (APM).
Mas como esse aparelho pode melhorar o relacionamento entre médico e paciente? Primeiro, é preciso reforçar que atendimento neste caso não se refere à consulta em si. Ainda que a telemedicina tenha sido aprovada pelo Conselho Federal de Medicina em caráter temporário e excepcional por conta da pandemia de covid-19, os profissionais precisam seguir normas importantes.
Não é possível, por exemplo, utilizar qualquer plataforma de vídeo, como o WhatsApp. Há requisitos mínimos previstos pela Resolução 2.227/2018 do CFM, que prevê, entre outras coisas, um prontuário eletrônico com Certificação de Segurança NGS-2 pela SBIS-CFM.
Entretanto, isso não significa que o smartphone é irrelevante na rotina médica. Pelo contrário, é cada vez mais utilizado na medicina justamente por ir além da consulta e estreitar o relacionamento com seu paciente. A principal vantagem, evidentemente, é oferecer interações importantes para o diagnóstico e/ou tratamento.
Por meio dele, o consultório pode, entre outras coisas, avisar e agendar possíveis retornos, lembrar da prescrição de medicamentos passados anteriormente na consulta e até criar um plantão de dúvidas e informações. Para o médico, o celular ainda pode ser uma extensão de seu consultório, permitindo que ele visualize receitas, históricos médicos e demais documentos mesmo fora do horário de expediente.
Para isso, não basta apenas ter boa vontade e um aparelho celular. Imagina ter que enviar manualmente mensagens sobre retornos médicos a todos os pacientes. Seria um trabalho sem fim e que impactaria negativamente no trabalho do médico. Para que esse relacionamento por meio do celular seja possível, é essencial contar com prontuário eletrônico hospedado na nuvem. Essa solução deve atuar como um verdadeiro hub de informações.
Dessa forma, todos os documentos, arquivos e registros de suas consultas podem ser visualizados de qualquer dispositivo conectado à internet – inclusive o smartphone (as melhores chegam a oferecer um aplicativo próprio para facilitar o acesso). Além disso, ele pode programar mensagens de acordo com a agenda do paciente em seu consultório. Literalmente todos os processos estarão a um toque na tela do aparelho.
Nas últimas três décadas, a tecnologia evoluiu tão rapidamente que transformou o mundo – e os smartphones são justamente a face mais conhecida dessa mudança. Esses dispositivos reuniram diferentes funcionalidades e serviços, promovendo uma verdadeira revolução nas relações sociais – inclusive na medicina. Profissionais da saúde podem até tentar ignorar a importância dos aparelhos no dia a dia, mas serão aqueles que melhor se adaptarem a este cenário de digitalização e aproveitarem as vantagens que o celular que conseguirão atender mais e mais pacientes no futuro.
Fonte: Saúde Business