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Pedro Netto – Graduado em Medicina pela Universidade Federal Fluminense (UFF) ) Pós-graduado em Medicina do Trabalho pela Universidade Federal Fluminense (UFF) ) Pós-graduado em Medicina da Família pela Universidade Aberta do SUS (UNASUS)/ UERJ ) Residente em oftalmologia no Hospital Federal dos Servidores do Estado-Rio de Janeiro (HFSE).
 
A esclera constitui os 5/6 posteriores da túnica externa do globo ocular, com conformação esférica de 22 mm de diâmetro. Apresenta um orifício anterior que se continua com a córnea e um posterior para entrada do nervo óptico. As camadas da esclera são episclera, estroma e lâmina fosca.
A episclera é constituída por tecido conjuntivo vascular denso que se origina do estroma escleral superficial e da cápsula de Tenon que a recobre. A episclera é responsável pelo suporte nutricional da esclera, revestimento sinovial escleral e resposta inflamatória às agressões da esclera. Sua principal função é de proteção do conteúdo intra-ocular, sendo resistente e elástica.
A episclerite é a inflamação da episclera. A etiologia idiopática é a mais comum. Pode ser dividida em episclerite simples ou nodular. A simples é responsável por 3/4 de todos os casos e afeta predominantemente mulheres. Há uma tendência em recidivar no mesmo olho ou às vezes em ambos os olhos.
A apresentação se caracteriza por presença de vermelhidão e leve desconforto. A hiperemia pode ser setorial ou difusa. A fase aguda frequentemente atinge seu pico em 12 horas e, então, vai cedendo gradualmente nos próximos dias. Com frequência migra de um olho para o outro ou pode ser bilateral.
A episclerite nodular também tende a afetar mulheres jovens, mas tem início menos agudo e um curso mais prolongado. A apresentação se dá através de olho vermelho, tipicamente observado ao acordar. Nos 2-3 dias seguintes a área de hiperemia aumenta em tamanho, apresenta maior desconforto, mas permanece na mesma localização.
A instilação de colírio de fenilefrina a 2,5% irá descongestionar os vasos conjuntivais e episclerais, permitindo uma melhor visualização da esclera subjacente. Os ataques são limitados e geralmente cedem mesmo sem tratamento, mas tendem a ser mais duradouros que na episclerite simples.
Entre os diagnósticos diferenciais apresentam-se irite, conjuntivite e uso exagerado de lentes de contato ou síndrome da lente apertada.
Os casos leves de episclerite podem ser tratados apenas com lágrimas artificiais 4x/dia; se moderada a grave, esteroide tópico leve costuma aliviar o desconforto. Ocasionalmente pode se usar esteroides tópico mais potentes. AINEs orais, como o ibuprofeno 200 a 600 mg 3-4x/dia, podem ser utilizados como terapia inicial a fim de se reduzir o uso de esteroides.

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