O retinoblastoma é um tumor maligno comum na infância, que se desenvolve na retina. Referência internacional no tratamento, a TUCCA (Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer) promove o diagnóstico precoce do retinoblastoma desde 2001 quando laçou a campanha “Fotografe seu filho com flash”.
Esta campanha alerta à população que uma simples foto pode detectar o retinoblastoma, já que o olho afetado aparece com uma mancha branca, semelhante ao do olho do gato, reflexo do próprio tumor. A campanha obteve grande repercussão e foi traduzida para vários idiomas.
Se a doença for diagnosticada precocemente, pode ter cura em até 100% dos casos, mas o número de crianças identificadas tardiamente ainda é muito alto no país, cerca de 50%, o que reduz as chances de tratamento e cura do tumor, que pode levar à cegueira e até a morte.
Referência no tratamento, o Centro de Atenção Integral à criança com retinoblastoma, em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, localizado no Hospital Santa Marcelina, mantido em parceria com a TUCCA, está equipado com aparelhos de última geração e oferece opções terapêuticas de ponta.
O oncologista pediátrico e presidente da TUCCA, Dr. Sidnei Epelman, explica porque o diagnóstico precoce desse tumor é fundamental. “É essencial detectar o quanto antes a doença, não só para que o câncer seja curado, mas também para preservar o olho e a visão da criança. É utilizada uma técnica chamada de quimioterapia intra-arterial (dentro do globo ocular) feita na artéria oftálmica, onde é utilizado um cateter, que vai da artéria femoral até o olho da criança. A dose de quimioterapia usada é menor que a usada quando se utiliza por via sistêmica.
Desde 2012, cerca de 72% dos olhos diagnosticados com retinoblastoma no Hospital Santa Marcelina foram salvos com a utilização de quimioterapia intra-arterial, uma alternativa eficaz e com menos efeitos colaterais utilizada para o tratamento de crianças com retinoblastoma. “É um privilégio ter a possibilidade de conseguir não só curar, mas salvar o olho da criança. O tratamento padrão é a enucleação (retirada do olho), mas com a quimioterapia intra-arterial podemos salvar o olho e a visão da criança”.
Tratamento de ponta reconhecido internacionalmente
O tratamento que a TUCCA oferece, em parceria com o Hospital Santa Marcelina, é comparado ao oferecido nos Estados Unidos e em algumas cidades da Europa. A observação foi feita por um dos maiores oncologistas pediátricos do mundo, Dr. Ira Dunkel, do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, durante visita ao Brasil este ano para participar do Simpósio Internacional de Atenção Integral à Criança com Retinoblastoma. “Estive no Hospital Santa Marcelina em 2011, quando foi inaugurado o primeiro centro especializado em tratamento do retinoblastoma do Brasil. O nível de tratamento oferecido aqui é altíssimo. O nível equipe de oncologia pediátrica, a tecnologia e a abordagem multidisciplinar são fundamentais para o sucesso no tratamento da doença e é comparado ao que nós vemos, diariamente, nos grandes centros de oncologia pediátrica de Nova York, por exemplo”, revela o médico.
A expertise no tratamento desse tumor foi compartilhada por idnei Epelman, diretor do serviço de Oncologia Pediátrica e Presidente da TUCCA, em dois encontros internacionais ocorridos 2014: o One Retinoblastoma World, realizado no Canadá e no evento que celebrou os 100 anos do programa de retinoblastoma do Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, em Nova York, um dos hospitais mais renomados do mundo. “Realizamos o atendimento integral das crianças com retinoblastoma, sem qualquer custo ao paciente ou à sua família. Atendemos todas as necessidades em termos de diagnóstico, tratamento e reabilitação”, destaca Epelman.
Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 400 novos casos desse tipo de tumor ocular são diagnosticados por ano no Brasil.
Fonte: TUCCA