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O ceratocone é uma doença progressiva que afeta diretamente a córnea. De acordo com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia, estima-se que a condição atinja 1 a cada 2000 pessoas. A patologia faz com que a córnea afine e fique com formato cônico. Essa alteração na curvatura impossibilita a projeção de imagens nítidas na retina e pode causar grau elevado de astigmatismo irregular, miopia e até mesmo levar à cegueira.
A Campanha Junho Violeta atua na conscientização a respeito do ceratocone e, para fortalecer essa iniciativa, convidamos a oftalmologista e uma das líderes do Projeto Social Amigos das Lentes, Elisabeth Guimarães, para explicar um pouco mais sobre a doença.
Quando suspeitar do ceratocone?
O Paciente suspeito de ceratocone apresenta visão embaçada, distorcida, com halos ao redor da luz (ex: farol de carro), fotofobia, trocas constantes do grau dos óculos e coceira nos olhos.
O paciente apresenta miopia e astigmatismo irregular que aumentam progressivamente, consequência da deformação da córnea, que se torna cônica e mais fina progressivamente.
É possível tratar? Como?
Sim. O tratamento consiste em controle do prurido (coceira) com medicação específica. Também é possível fazer correção óptica com óculos e lentes de contato .
Quando o ceratocone está evoluindo é necessário procedimento para barrar a evolução da doença (crosslinking do colágeno da córnea).
Além disso, as lentes de contato são excelentes ferramentas de reabilitação visual em todas as fases da doença e mesmo nos casos pós- cirúrgicos
Quando as lentes de contato não são mais indicadas (casos mais avançados) há indicação cirúrgica : Anel intraestromal e transplante de córnea.
Qual a importância da Campanha Junho Violeta para a prevenção do ceratocone?
Esta Campanha foi criada com o intuito de chamar a atenção sobre a doença, alertar para não coçar os olhos (fator de piora da doença) e necessidade de diagnóstico precoce para controle e tratamento mais eficaz.
Diagnóstico precoce é essencial
Embora não tenha cura, o ceratocone pode ser tratado. O diagnóstico precoce ajuda a prevenir que a doença chegue aos seus estágios mais graves, que pode incluir cegueira.
Em geral, o ceratocone surge entre os 10 e 25 anos de idade e apresenta sintomas que podem ser facilmente confundidos com outros problemas – como a miopia e o astigmatismo. Por isso, para diagnosticá-lo é preciso fazer acompanhamento regular com o médico oftalmologista. Em especial para pacientes que possuem histórico de ceratocone na família, apresentam quadros alérgicos, olhos vermelhos e inflamados e têm hábito crônico de coçar os olhos.
Infelizmente, milhares de pessoas não possuem acesso a médicos oftalmologistas para realizar esse cuidado de prevenção. Mas a boa notícia é que atualmente existem projetos solidários que auxiliam essas pessoas durante o tratamento. Saiba mais a seguir:
Conheça o Projeto Amigos da Lente
O Projeto Amigos da Lente busca reinserir pacientes carentes na vida social, laboral e escolar através da reabilitação visual. Isso acontece por meio do Departamento de Oftalmologia da Santa Casa, que possui uma seção destinada à reabilitação visual através da adaptação e doação de lentes de contato especiais para esses pacientes.
Dezenas de pessoas são atendidas mensalmente em tratamentos que envolvem transplantes de córnea ou outras cirurgias e procedimentos com aparelhos específicos, realizados sempre por professores capacitados em assistência, ensino e pesquisa, seus residentes e por fellows. Um dos principais problemas atendidos pelos Amigos da Lente é justamente o ceratocone.
As pessoas chegam até o projeto através de encaminhamento do Sistema de referência credenciado à Santa Casa de São Paulo para exame de triagem oftalmológica. Uma vez diagnosticado o ceratocone e indicada a reabilitação visual, ele será atendido no setor onde serão adaptadas as lentes de contato que serão doadas pelo Projeto Amigos da Lente.
E não esqueça: nada de coçar os olhos! Ceratocone é assunto sério!
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