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De acordo com levantamento publicado no Jama Internal Medicine, o ChatGPT supera médicos em qualidade de aconselhamento e empatia. Os pesquisadores testaram a capacidade do assistente de chatbot baseado em IA para responder a perguntas postadas em um fórum de rede social. O estudo teve como objetivo avaliar a eficácia do ChatGPT em fornecer respostas às consultas de pacientes.

Em um estudo transversal, uma equipe de pesquisadores selecionou aleatoriamente 195 trocas de um fórum de mídia social acessível ao público, r/AskDocs no Reddit, em outubro de 2022. Eles usaram o texto completo original da pergunta de um paciente para gerar uma nova sessão de chatbot e comparou as respostas do médico e do chatbot. As respostas foram avaliadas por profissionais de saúde e foram anonimizadas. Depois da análise, eles classificaram a qualidade e a empatia de ambos usando uma escala de 1 a 5.

Como resultado do levantamento publicado no Jama Internal Medicine, em 78,6% dos casos, os pesquisadores preferiram as respostas do ChatGPT nos quesitos qualidade e empatia. Quando se fala em qualidade, a proporção de respostas classificadas como ‘boa’ ou ‘muito boa’ foi maior para ChatGPT do que para médicos (ChatGPT: 78,5% vs. médicos: 22,1%). Além disso, a proporção de interações da ferramenta de IA classificadas como ‘empáticas’ ou ‘muito empáticas’ foi maior do que as do médico (ChatGPT: 45,1% vs. médicos: 4,6%). Isso equivale a 9,8 vezes mais empatia na IA.

O estudo aponta também o desgaste pelo qual passa quem é da área da saúde. Segundo o levantamento, cada nova mensagem recebida acrescentou 2,3 ​​minutos a mais de trabalho após o expediente para um profissional de saúde, conforme observado nos registros eletrônicos. Parece pouco, mas esse tempo contribuiu para o estresse entre os médicos. A pesquisa mostra que 62% deles apresentam pelo menos um sintoma de burnout.

De acordo com a pesquisa, embora algumas consultas de pacientes exijam mais habilidades e tempo para responder, a maioria é genérica e não busca aconselhamento de alta qualidade, como informações sobre consultas e sobre resultados de exames. Isso representa um território desconhecido onde os assistentes de IA podem ser testados e, se bem-sucedidos, podem ajudar a reduzir ou a gerenciar a carga de mensagens recebidas pelos médicos por parte de seus pacientes.

O estudo concluiu que utilizar o chatbot para fornecer aconselhamento médico aos pacientes em fóruns de mídia social pode economizar tempo da equipe clínica, fornecer respostas mais consistentes e permitir que o time se concentre em tarefas mais complexas. Além disso, os pacientes que recebem respostas rápidas às suas perguntas podem ser menos propensos a agendar visitas clínicas desnecessárias e podem melhorar os comportamentos de saúde, como aderir a uma dieta ou ao tratamento. Apesar de ter produzido resultados positivos e destacado os benefícios potenciais dos assistentes de IA, a pesquisa aponta que ensaios clínicos randomizados são necessários para avaliar a eficácia das tecnologias baseadas em IA antes de implementá-las em ambientes clínicos do mundo real. Além disso, esses ensaios devem examinar o impacto sobre o corpo clínico e o esgotamento médico em maior profundidade. Vale a reflexão sobre até onde se pode chegar com a inteligência artificial.

Fonte: Ophthalmology Breaking News  

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