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A Síndrome do Olho Seco é uma doença multifactorial que afeta 745 milhões de pessoas em todo o mundo e muitas vezes não é reconhecida e não diagnosticada. A visão é o sentido mais desenvolvido que temos, isso porque 80% da informação que o nosso cérebro recebe é visual, por isso manter uma boa saúde ocular é fundamental para todos os aspectos da vida de um indivíduo.
Dados da Johnson & Johnson afirmam que 67% dos brasileiros se preocupam com a saúde ocular, enquanto 43% acreditam que sinais de doenças crônicas podem ser detectados em exames oftalmológicos. Por esse motivo, há um senso de urgência em nossa comunidade para recomendar um exame oftalmológico para tratar condições complexas, crônicas ou multifatoriais, como a Síndrome do Olho Seco.
Uma elevada porcentagem de pacientes que realizam consulta oftalmológica têm sinais e sintomas de Olho Seco e muitos deles se desenvolvem com o tempo. Estudos do Instituto de Microcirurgia Ocular mostram que 86% dos pacientes com Síndrome do Olho Seco têm disfunção nas glândulas de Meibomius (DGM), fator que ocorre quando há comprometimento na estrutura das glândulas de Meibomius, nas pálpebras, responsáveis pela produção de uma camada oleosa, capaz de evitar que a lágrima evapore quando os olhos estão abertos.
No Brasil, estima-se que cerca de 50% das consultas oftalmológicas se devem ao olho seco, uma condição difícil de identificar pelos pacientes porque os sintomas, tais como olhos irritados, coceira, ardor e visão turva, são facilmente confundidos com outros problemas.
Brasil teve aumento de casos de Olho Seco durante a pandemia 
A pandemia fez com que milhões de pessoas passassem muito tempo em frente às telas, levando à Síndrome do Olho Seco. De fato, mais de 38% dos entrevistados da pesquisa da Fight for Sight, instituição britânica que financia pesquisas sobre prevenção e tratamento de cegueira e doenças oculares, revelaram que os problemas de visão se agravaram desde o início da pandemia.
No Brasil, a Sociedade Brasileira de Oftalmologia ressalta que 90% dos usuários que passam mais de três horas por dia em frente às telas apresentam algum sintoma que pode prejudicar a saúde dos olhos, já que mantêm a atenção em computadores, celulares e televisores, o o número de piscadas diminui e, consequentemente, os olhos são lubrificados com menos frequência, causando um desequilíbrio no filme lacrimal.
Também estima-se que no Brasil, 13% da população, na proporção de três mulheres para cada homem, têm os olhos secos enquanto que, em São Paulo, a prevalência de olho seco na população adulta é de 24%, e em estudantes universitários a incidência é de 23%, ocasionada por fatores de risco como pessoas do sexo feminino, uso de telas, lentes de contato e menos de seis horas de sono.
Anteriormente, essa patologia passava despercebida, mas com os avanços tecnológicos e a constante exposição às telas, a síndrome do olho seco se tornou um grande problema de saúde. Hoje, é possível obter uma imagem em alta definição do interior das pálpebras inferiores do paciente, o que pode corroborar e apontar o diagnóstico da síndrome. Um diagnóstico de alta qualidade, sem dúvida, ajudará a educar o paciente sobre a doença e indicar o melhor tratamento para cada caso.
O Tratamento 
Uma das mais recentes soluções para pacientes com olho seco, causado pela DGM (Disfunção da Glândula Meibomius), é o sistema de pulso térmico, tecnologia que emite calor e pressão simultaneamente, promovendo o desobstrução das glândulas de meibomius. Além disso, o tratamento tem um alto nível de eficácia na redução dos sintomas, melhorando a funcionalidade das glândulas palpebrais e secreção da camada lipídica da lágrima. Estimativas de especialistas na área de oftalmologia prevêem que o efeito terapêutico poderia proteger os olhos do paciente por até doze meses.
A visão é fundamental para nossas vidas, mas nossos olhos passaram pela mudança de viver apenas com luz natural para estar em frente às telas por até 10-12 horas por dia; embora esta condição agora possa ser controlada, se deixada sem tratamento ou não tratada corretamente, os sintomas do olho seco podem piorar e afetar a qualidade de visão do paciente.
Existem diferentes tecnologias disponíveis para diagnóstico de olho seco e imagem das glândulas de meibomius. Recomenda-se que o paciente consulte seu oftalmologista de confiança sobre as alternativas e opções terapêuticas mais avançadas do mercado.
 
Referências bibliográficas
1. Johnson & Johnson Visual. J&J Global Sight Survey 2021.Global participants: 16,034 online interviews; Countries: Global participants: 16,034 online interviews; Countries: 8. July, 21 to August 31, 2021.
2. Lemp MA, Crews LA, Bron AJ, Foulks GN, Sullivan BD. Distribution of Aqueous-Deficient and Evaporative Dry Eye in a Clinic-Based Patient Cohort. Cornea. 2012; 31(5): 472-478. doi:10.1097/ico.0b013e318225415a.
4. Marculino LGC, Hazarbassanov RM, Hazarbassanov NGTQ, Hirai F, Milhomens Filho JAP, Wakamatsu TH, Gomes JAP. Prevalence and risk factors for dry eye disease: the Sao Paulo dry eye study. Arq Bras Oftalmol. 2022
[5] Yang, I., Wakamatsu, T., Sacho, I. B. I., Fazzi, J. H., de Aquino, A. C., Ayub, G., … & Alves, M. (2021). Prevalence and associated risk factors for dry eye disease among Brazilian undergraduate students. Plos one, 16(11), e0259399.

Fonte: Johnson & Johnson Vision

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