Um estudo apresentado por Lucie Moore, uma das autoras, durante a reunião anual da American Society of Cataract and Refractive Surgery (ASCRS 2023), que aconteceu no início de maio em San Diego (Estados Unidos), mostra que mulheres que usam contraceptivos podem ter maior risco de desenvolver sintomas de olho seco.
O levantamento foi feito por pesquisadores da Universidade da Flórida. Eles avaliaram os efeitos de 18 modalidades diferentes de contraceptivos em causar sintomas de olho seco em mulheres. Segundo os cientistas, o objetivo do estudo era identificar os fatores que podem colocar os pacientes em maior risco de desenvolver olho seco quando em diferentes modos de contracepção.
Para essa análise, Lucie e seus colegas avaliaram os prontuários médicos eletrônicos da universidade de mulheres com idade entre 18 e 50, diagnosticadas com síndrome do olho seco e ceratoconjuntivite seca, não especificada como Sjögren, após o início do controle de natalidade. Os autores relataram a análise de 18 diferentes modalidades de controle de natalidade usadas por 285 mulheres.
Com as informações em mãos, os estudiosos registraram os sintomas de olho seco relatados pelas pacientes, as anotações feitas durante as visitas oftalmológicas iniciais, além do método contraceptivo adotado, idade, formulação específica e a dosagem do método utilizado, acuidade visual inicial e medicamentos.
A análise mostrou que as pacientes que tomaram anticoncepcionais contendo estrogênio tiveram significativamente mais blefarite do que aquelas que tomaram remédios sem estrogênio (p = 0,034). As que usaram mais de um método contraceptivo foram mais propensas a ter mais sintomas de olho seco e mais achados no exame (p = 0,0164). O levonorgestrel teve significativamente mais sintomas do que outros quatro contraceptivos (p < 0,05). Já os dispositivos intrauterinos de cobre foram associados a significativamente menos achados no exame em comparação com outros seis contraceptivos e menos sintomas do que dois outros (p < 0,05).
O levantamento fez os pesquisadores concluírem que as mulheres que tomaram usaram mais de duas formas de controle de natalidade tiveram maior chance de desenvolver olho seco. Aquelas que usaram métodos não hormonais apresentaram menos sintomas do que as que utilizaram hormônio. Eles concluíram, ainda, que algumas formulações de métodos contraceptivos são mais propensas em causar olho seco e, por isso, devem ser evitadas em pessoas com olho seco pré-existente.
Fonte: Ophthalmology Times