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A degeneração macular relacionada à idade do tipo úmida (DMRI úmida) responde por cerca de 10% de todos os casos de DMRI. Nessa modalidade da doença, vasos sanguíneos anormais crescem sob a mácula e vazam, causando danos à retina.

Pesquisadores da University of Illinois College of Medicine/Chicago, liderados por Yulia Komarova, desenvolveram uma solução que pode servir de alternativa no tratamento da doença. O estudo, publicado na Cell Reports Medicine, descobriu que um inibidor de pequenas moléculas pode reverter os danos da DMRI e promover processos regenerativos e de cura.

A solução desenvolvida pela equipe de Komarova tem como alvo uma proteína chamada End Binding-3 nas células endoteliais, que revestem o interior dos vasos sanguíneos. No novo estudo, os pesquisadores analisaram se inibir a função EB3 poderia parar o vazamento prejudicial associado à DMRI úmida.

Por meio de métodos computacionais de design de drogas, a equipe desenvolveu um inibidor que pode ser usado externamente, em colírios, em vez de injeção – uma melhora em relação aos tratamentos disponíveis para DMRI que exigem repetidas injeções nos ollhos. Eles testaram sua eficácia em modelos animais de DMRI úmida e como resultado perceberam que o fato de usar o inibidor duas vezes ao dia reduziu os danos oculares dentro de duas a três semanas.

“A ideia era desenvolver algo que pudesse ser mais amigável ao paciente e não exigisse uma visita ao consultório médico”, disse Komarova, professor associado de farmacologia da UIC em comunicado à imprensa. Uma investigação mais aprofundada revelou que o inibidor funciona revertendo modificações genéticas relacionadas ao envelhecimento.

O envelhecimento causa inflamação e hipóxia nos olhos, o que leva a alterações na expressão gênica associadas aos efeitos celulares e sintomas da DMRI úmida. Komarova e colegas descobriram que o inibidor de EB3 que desenvolveram reverteu essas alterações epigenéticas, restaurando a expressão gênica a um estado normal e saudável.

“Reduzimos os efeitos do estressor nas células endoteliais e melhoramos os processos regenerativos, acelerando a cicatrização”, disse Komarova. Como o vazamento de vasos sanguíneos e o estresse hipóxico também impulsionam muitas outras condições médicas, o grupo de Komarova está interessado em testar o inibidor em modelos de lesão pulmonar aguda, retinopatia diabética, acidente vascular cerebral, doença cardíaca e até mesmo os efeitos gerais do envelhecimento no cérebro. Eles também estão explorando se uma lente implantável, semelhante a uma lente de contato, poderia entregar a droga ao olho de forma mais eficaz do que colírios.

Fonte: University of Illinois College of Medicine/Chicago

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