Dois mil e dois. Naquele março, há 20 anos, nascia a revista Universo Visual. Idealizada e criada pelo então publisher Flavio Bitelman, a revista chegou inicialmente com a proposta de abordar temas relacionados exclusivamente às lentes de contato. Recém-egresso da diretoria executiva da Fotótica, Bitelman já era um apaixonado por esse universo. Valeu-se também de seu bom relacionamento com boa parte da comunidade da oftalmologia nacional para lançar, em parceria com a SOBLEC (Sociedade Brasileira de Lente de Contato) a “Universo Visual, tendo então como seu primeiro editor clínico o médico oftalmologista Hamilton Moreira.
Sem a pretensão de ser uma revista científica ou ligada a uma associação específica, a Universo Visual sempre exerceu o papel de levar ao público médico um conteúdo com linguagem acessível a fim de informar e orientar os profissionais da especialidade.
“Convidamos cerca de 50 especialistas de todo o Brasil para participar do nosso Conselho Editorial. Todos aceitaram o convite para participar e, graças a isso, ganhamos uma respeitabilidade enorme, todos queriam ler a revista, saber das tendências mundiais”, resgata Bitelman.
Depois de 33 edições, Moreira foi substituído por Paulo Augusto de Arruda Melo na editoria clínica. Mas essa não seria a última contribuição de Moreira: o médico voltou ao cargo por mais uma série de edições até a chegada de Homero Gusmão de Almeida, que também contribuiu com inúmeras edições até que Marcos Ávila, atual editor clínico, chegasse à publicação.
Desde 2018 a Universo Visual passou a ser editada pela Dois Editorial, das publishers Marina Almeida e Jéssica Borges. Uma jornalista e outra publicitária, que já atuavam na área, deram novos rumos a publicação e o folego de que tanto precisava. Hoje a revista é distribuída gratuitamente para 16 mil médicos oftalmologistas no país e o site conta com mais de 20 mil acessos ao mês, sendo um canal de atualização para os médicos da especialidade.
Memórias dos editores
Durante essas duas décadas, foram muitas as notícias retratadas na revista, desde os avanços tecnológicos e da terapia gênica, até os impactos da pandemia da Covid na oftalmologia. No entanto, quando voltamos ao passado, nem sempre as lembranças remetem necessariamente a um fato isolado; recordar, muitas vezes, mexe com as relações, com as parcerias e com a realização pelo dever cumprido.
-“Em 2006, fazer a revista do Congresso Mundial de Oftalmologia foi uma coisa marcante, bem como fazer o jornal diário dentro do congresso também. Era uma operação de guerra: fotógrafos, repórteres freelancers, todos nós trabalhando para que, à 1h da manhã, o UV News fosse para a gráfica e pudesse chegar às 8h impresso no congresso”, lembra Bitelman.
-“No Congresso Brasileiro de Oftalmologia de 2007, em Brasília, em frente ao Congresso Nacional, conseguimos registrar uma imagem aérea de um olho formado pelos médicos oftalmologistas. Essa representação da força da especialidade foi algo icônico para mim”, conta Marina.
-“O estudo premiado sobre zika vírus realizado pela Liana Ventura me fez pensar, na época, sobre seu grande exemplo de dedicação à sociedade e à medicina. Hoje temos também outras mulheres à frente de diversos projetos, como a Juliana Salum, Leila Gouvêa, Wilma Lelis Barbosa e tantas outras médicas”, fala Jéssica.
Palavra do editor clínico
“A Universo Visual preenche um papel extremamente importante. Com uma comunicação muito ética e elaborada, semelhante a modelos vistos nos Estados Unidos. Uma publicação com credibilidade, que conseguiu estar presente e a cada vez melhor, por duas décadas. Isso, por si só, já deveria ser motivo de comemoração. Como leitor, sou um ávido colecionador, tenho todos os números como fonte de consulta confiável. Me ajuda muito”, comenta Marcos Ávila. Para ele seria injusto escolher um só momento para descrever sua relação com a revista. “São tantas boas matérias! Se eu pudesse destacar alguma coisa, seria a perspicácia, a inteligência e os pontos de vista expostos na coluna do Paulo Schor”, diz.
O que esperar para os próximos 20 anos
Nos seus 20 anos, a Universo Visual traz uma novidade: passará por um reposicionamento da marca; renovando seu logotipo e apresentação, mas sem deixar de cobrir seu papel principal que é levar conteúdo e conhecimento ao médico oftalmologista brasileiro. Mais do que uma publicação, a Universo Visual é a revista da oftalmologia.
Outra novidade será um espaço dedicado às mulheres na oftalmologia com o intuito de promover as ações encabeçadas por elas e a representatividade feminina. Do mesmo modo, a opinião dos residentes médicos continuará a ser ampliada na sessão “Residência”.
Em 2022 serão quatro edições da revista. Portanto, a conexão entre o conteúdo impresso e o digital será outra frente importante para a Universo Visual, com atualizações constantes nas redes sociais, com direito a uma renovação do site. Dando continuidade ao projeto que ganhou forças devido à pandemia, os webinars continuarão fazendo parte da estratégia para aumentar as possibilidades de relacionamento com o público.
Temas como inovação, gestão administrativa e a explosão das healthtechs, por exemplo, também não passarão despercebidos na proposta de uma comunicação mais abrangente e integrada. Em contrapartida, “o caráter humano das histórias será o gancho para continuar despertando o interesse dos nossos leitores e seguidores, esse é um dos nossos diferenciais”, declara Marina.
Além disso, o “UV Podcast”, que nasceu no fim do ano passado já com a intenção de ser uma nova oportunidade de contato com o público da revista, apresenta um crescimento muito grande e deve ser um dos destaques desse ano. “Já são mil audições do canal”, informa Jéssica. O programa RX, liderado por Paulo Schor, é um dos programas de maior sucesso, e precede os novos programas que estão por vir. O podcast, presente em todas as plataformas de áudio, como Spotify e Google Podcasts, já atingiu ouvintes em 13 países.
Ávila, feliz pelo papel que exerce e também por aprender muito com essa contribuição à Universo, espera “que a revista se consolide ainda mais como fonte segura nos próximos anos para auxiliar os oftalmologistas em seu dia a dia”.
Na opinião de Marina, “a independência do nosso veículo, comemorando agora seus 20 anos, com propósito de informar e levar conhecimento, sendo reconhecido como o meio de comunicação que representa a oftalmologia& é isso que nos move”. O feedback que chega de leitores, principalmente aqueles que estão fora dos grandes centros, também motiva muito a equipe e ajuda a nortear as principais pautas.
“Entendemos que o apoio educacional tem que estar presente; queremos levar informação atual e de qualidade, aquilo que está sendo discutido nos principais centros. Precisamos seguir propondo esse debate e a troca de informações em nosso mercado”, conclui Jéssica.
Fonte: Revista Universo Visual