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Um estudo recente revelou que aproximadamente metade das pessoas com herpes zoster oftálmico desenvolveu uveíte, sendo o diagnóstico mais frequente na segunda semana após o surgimento da erupção. Esta pesquisa, publicada no American Journal of Ophthalmology, também indicou que os olhos acometidos pela uveíte tinham maior tendência a desenvolver complicações oculares adicionais e perda de visão.

Neste estudo de coorte retrospectivo, que avaliou pacientes com herpes zoster oftálmico agudo, os pesquisadores buscaram determinar o tempo de surgimento da uveíte e a frequência das complicações associadas.

Os resultados principais incluíram a proporção de pessoas que desenvolveram uveíte e o intervalo até o diagnóstico de uveíte após o início do herpes zoster oftálmico (HZO). Já os desfechos secundários abordaram as complicações relacionadas à uveíte causada pelo HZO e o efeito do tratamento antiviral precoce (realizado nas primeiras 72 horas) sobre os resultados.

Dos 869 participantes, 413 (47,6%) desenvolveram uveíte. Os dados mostraram que o tempo médio entre o aparecimento da erupção e o diagnóstico de uveíte foi de 10 dias. Dos 658 pacientes avaliados na primeira semana após o início da erupção, 17,6% (116/658) receberam o diagnóstico no exame inicial, enquanto 24,9% (164/658) foram diagnosticados em consultas posteriores.

Complicações como perda de visão moderada ou grave, cicatrizes corneanas, ceratite neurotrófica, ceratopatia em faixa, fusão corneana, pressão intraocular elevada, glaucoma e catarata foram mais comuns nos olhos com uveíte. O tratamento antiviral imediato mostrou-se associado a uma redução na taxa de perda moderada de visão entre esses pacientes, de acordo com os pesquisadores.

“Resumindo, a uveíte é uma complicação frequente do herpes zoster oftálmico e está associada a outras condições oculares. Embora o tratamento antiviral imediato não tenha evitado o surgimento da uveíte neste grupo, foi associado a um risco menor de perda de visão nos casos em que a uveíte se manifestou. O diagnóstico de uveíte foi geralmente realizado durante a segunda semana após o início da erupção”, destacaram os autores no artigo publicado no American Journal of Ophthalmology.

“Pacientes examinados na primeira semana após o surgimento da erupção do HZO ainda podem desenvolver uveíte posteriormente. Um exame de acompanhamento dentro do primeiro mês deve ser considerado, ou os pacientes devem ser alertados sobre os sintomas de uveíte que indicariam a necessidade de nova consulta”, concluíram os pesquisadores.

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