Jeanete Herzberg – Administradora de empresas graduada e pós-graduada pela EAESP/FGV. Autora do livro “Sociedade e Sucessão em Clínicas Médicas”. Membro do Conselho Consultivo da Sociedade Brasileira de Administração em Oftalmologia, gestão 2016-2018.
Em agosto deste ano começarão os preparativos para a próxima edição da Copa do Mundo de Futebol (2022 – Catar). Nos jogos eliminatórios, times de cada região do planeta se enfrentam para definir quem participará da copa, jogando entre os melhores do mundo.
Cada país se concentra em preparar o melhor time possível, convocando jogadores considerados os melhores naquele momento e aptos a comporem um time competitivo. Técnicos e suas comissões também são escolhidos, jogos amistosos marcados para ganho de experiência do conjunto e também para conhecer os futuros adversários e diferentes táticas e estratégias. A Copa do Mundo da Rússia vai mostrar nada mais que o ápice de 4 anos de trabalho.
Os torcedores, por sua vez, têm todo tipo de crítica desde o técnico escolhido até a escalação e estratégia montada para cada jogo da competição. Como dizem, no Brasil existem alguns milhões de técnicos de futebol, especialmente em época de copa do mundo!
E na sua clínica ou em seu consultório, como é esse ciclo? Certamente menor que 4 anos… E quais são as partes críticas da preparação, as demandas essenciais, pontos para se destacar, etc? Ou ainda, como posso saber se minhas escolhas estão consistentes?
Voltando ao futebol…. Para convocar jogadores, para escolher a escalação, são levados em conta indicadores de performance (% de passes certos, chutes no gol, desarmes…), indicadores da forma física (desgaste, km corridos por jogo, área do campo que atua durante os jogos…), questões comportamentais e de formação de grupo. E dessa forma são avaliados os jogadores ao longo dos 4 anos até a Copa.
Novamente em sua clínica/consultório, você conhece seus pacientes? Sabe como os adversários fazem para conquistar novos pacientes? Há estudos e treinamento de como enfrentar retranca ou jogo agressivo dos convênios? Como medir a evolução do grupo? Quais seriam os indicadores importantes?
Cada time tem suas características e assim se prepara de maneira específica. Tem as retrancas, os que tomam 3 gols e fazem 5, foco no jogo aéreo, contra-ataque ou posse de bola…. Não tem certo nem errado, mas o resultado é implacável. Isso é igual no futebol e nos negócios… Ter participado de outras finais de Copa, não significa que a cada ciclo isso se repetirá – vide 1982, uma seleção que encantou, mas “não ganhou ; 1994, uma seleção criticada por ser “retranqueira e jogar feio e acabou campeã e consagrada; 2006, os melhores jogadores, com desempenho pífio; 2014, ânimo e confiança lá em cima e o maior choque de realidade da história do nosso futebol “7×1 eterno.
Independentemente do resultado, é importante saber o plano de jogo. E ao final avaliar qual foi o resultado no cumprimento deste plano: corrigindo falhas, identificando oportunidades e melhorando o desempenho. E fundamentalmente, reafirmando a estratégia, ou decidindo mudá-la se for o caso.
Na clínica cada dia é um novo jogo, uma nova eliminatória e qualquer tropeço poderá desqualifica-la, seus pacientes deixarão de torcer por ela e até virão a torcer por outra equipe! Jogadores insatisfeitos, “vestiário rachado são problemas sérios que comprometerão o desempenho.
Lição desta copa? Convoque seu time, defina bem as funções, contrate os melhores profissionais para comporem a comissão técnica, estude o mercado, a situação global, entenda seus públicos alvo, crie estratégias para cada um deles, treine o time com jogadas ensaiadas, forneça os recursos necessários para que tudo aconteça no tempo certo para que sua equipe seja vencedora.
Nas clínicas e consultórios, cada paciente assiste ao atendimento como uma final de copa e só admite vitória.
Qual é sua opção: disputar partidas ou assistir aos jogos dos outros?
Fonte: Jeanete Herzberg