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A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 2,2 bilhões de pessoas em todo o mundo sofrem de deficiência visual. Quase metade desses casos seriam evitáveis. No Brasil, pesquisa divulgada pela Sociedade Brasileira de Oftalmologia no ano passado revela que um em cada cinco brasileiros nunca consultou um oftalmologista. Isso se dá, muitas vezes, à falta de acesso da população aos cuidados com a saúde.

E não é só aqui. Nos Estados Unidos, questões de cobertura de seguro saúde e os altos custos associados ao atendimento oftalmológico dificultam a consulta com um especialista. Segundo a Academia Americana de Oftalmologia (AAO), milhões de americanos carecem de cuidados visuais adequados, aumentando o risco de cegueira evitável e deficiência visual.

Não à toa, uma pesquisa recente feita pela Ophthalmology Breaking News no LinkedIn identificou que o desafio mais urgente que a oftalmologia enfrenta hoje é o acesso do paciente aos cuidados médicos, o que foi apontado por 46% dos respondentes. O levantamento identificou que os serviços oftalmológicos são distribuídos de forma desigual, com as áreas rurais muitas vezes enfrentando escassez crítica de especialistas. Essa falta de acesso leva a diagnósticos e tratamentos tardios, o que pode exacerbar as condições e contribuir para a perda de visão evitável.

Outro gargalo apontado por 22% dos participantes foram os obstáculos regulatórios, que representam uma barreira à inovação principalmente no que se refere à aprovação e à implantação de novos tratamentos e tecnologias. Os longos processos de aprovação por parte dos órgãos reguladores mundo afora podem atrasar a disponibilidade de terapias inovadoras. Esses atrasos, segundo o estudo, “podem ser especialmente onerosos para empresas menores, que podem não ter recursos para navegar no complexo cenário regulatório”.

A agilidade para acompanhar a inovação tecnológica também foi citada pelos entrevistados. Vinte por cento deles ponderaram que apesar dos avanços nas ferramentas de diagnóstico, técnicas cirúrgicas e opções de tratamento, a rápida evolução tecnológica exige dos médicos ainda mais atualizações.

Inclusive a necessidade de aprendizagem contínua foi um obstáculo apontado por 12% dos médicos. “A necessidade de educação continuada é fundamental em oftalmologia, especialmente devido aos rápidos avanços do campo em técnicas e tecnologias médicas. Manter-se atualizado com novos procedimentos e modalidades de tratamento pode ser um desafio para os profissionais, especialmente aqueles que gerenciam consultórios movimentados ou trabalham em regiões com acesso limitado a programas de treinamento avançado”, revelou o estudo.

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