Um estudo conduzido por pesquisadores do Departamento de Pediatria – Divisão de Neonatologia, da Faculdade de Medicina da Universidade de Istambul, analisou fatores de risco para o desenvolvimento de retinopatia da prematuridade (ROP). Segundo a pesquisa, peso ao nascer, transfusão de sangue, enterocolite necrosante, displasia broncopulmonar e terapias pré-natais com esteroides e surfactantes afetaram significativamente o desenvolvimento da doença.
Mustafa Yildirim e Asuman Coban, primeiros autores do estudo, conduziram a pesquisa para esclarecer a relação entre o ganho de peso pós-natal e o desenvolvimento de ROP durante as primeiras oito semanas de vida e identificar outros potenciais fatores de risco para o desenvolvimento de ROP em prematuros.
Metodologia
A análise incluiu 675 bebês prematuros internados em unidade de terapia intensiva neonatal com idade gestacional menor ou igual a 32 semanas. Dados sobre características demográficas, achados clínicos e ganho de peso semanal foram coletados dos prontuários médicos. A incidência e a gravidade da ROP foram avaliadas durante as primeiras oito semanas de vida.
Resultados
A incidência de ROP foi de 41% (n=278) nos bebês do estudo, com 13,3% (n=37) necessitando de tratamento. Entre os recém-nascidos com ROP desenvolvida, as médias de peso ao nascer e idade gestacional foram significativamente menores do que entre os lactentes sem ROP (973 ± 288 gramas e 1.301 ± 349 gramas, P=0,001 e 28,48 ± 1,95 semanas e 30,08 ± 1,60 semanas, P=0,001, respectivamente).
Com a diminuição da semana gestacional e do peso ao nascer, o desenvolvimento de ROP e o risco de ROP que necessitaram de tratamento aumentaram. Nos lactentes que desenvolveram ROP, o ganho de peso médio na terceira semana pós-natal foi significativamente menor em comparação com aqueles do grupo que não desenvolveu ROP (13,9±8,2 gramas e 15,4±6,8 gramas, P=0,034).
De acordo com a análise, o ganho de peso em lactentes, que tem sido avaliado em vários estudos, ainda é uma incógnita sobre se afeta ou não do desenvolvimento da ROP. Segundo a equipe, o principal ponto da pesquisa é que é a mais abrangente até agora, avaliando os fatores de risco no desenvolvimento de ROP. No entanto, devido às limitações inerentes, eles aconselham a realização de estudos de coorte multicêntricos prospectivos para estudar as relações entre ganho de peso pós-natal e ROP.
Fonte: Ophthalmology Times