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A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) aponta que a população de pessoas com a condição estimada no Brasil entre a faixa etária de 20-79 anos é de 13,4 milhões e atingirá 24 milhões em 2045 (International Diabetes Fedaration, Atlas 8th Edition, 2017). A maioria deste público está com falta de controle de glicemia. O Estudo multicêntrico brasileiro, realizado em 28 centros terciários e secundários da Saúde Pública de 20 cidades brasileiras, mostrou que somente 23,2% das crianças e dos adolescentes com diabetes conseguem o controle da glicemia e que somente 9,1% dos adultos apresentam este controle.
Outro estudo nacional, envolvendo mais de 6.700 pacientes, verificou que a desigualdade brasileira também se reflete no controle do diabetes: as regiões Norte e Nordeste apresentam os piores controles de hemoglobina glicada (média da glicemia dos três últimos meses), 9,2% e 8,9% respectivamente, seguidas das regiões Sudeste (8,4%), Sul (8,3%) e Centro Oeste (8,1%).
O estudo multicêntrico, transversal: Economic status and clinical care in young type 1 diabetes patients: A nationwide multicenter study in Brazil, foi feito entre 2008 e 2010 em 28 clínicas públicas no nosso país, com 1.692 pacientes, mostrou que somente 65% dos participantes da pesquisa, com um status econômico muito baixo, frequentam o nível de atenção terciária, quando comparados com 75% dos participantes da classe média e 78% daqueles com status econômico mais elevado.
O descontrole da glicemia é responsável por internações e várias complicações do diabetes, entre elas a retinopatia, doenças cardiovasculares, nefropatia, neuropatia e amputações.
Falando em internações, o estudo: Disease and Economic Burden of Hospitalizations Attributable to Diabetes Mellitus and Its Complications: A Nationwide Study in Brazil revela o valor médio por caso e custos totais de internações atribuíveis ao diabetes no Brasil em 2014, estratificados por estado, sexo e faixa etária. Foram registradas no Brasil 313.273 internações pela doença em adultos, totalizando U$$ 264,9 milhões. O custo médio de uma internação de adultos foi US$ 845, ou seja, 19% maior do que a hospitalização sem diabetes. As hospitalizações por doenças cardiovasculares relacionadas ao diabetes foram responsáveis pela maior proporção de custos (47,9%), seguidas por complicações microvasculares (25,4%) e diabetes (18,1%). Entender os custos do diabetes e suas principais complicações é crucial para aumentar a conscientização e apoiar o processo de tomada de decisão na implementação de políticas públicas de estado, permitindo também a avaliação de novas estratégias de prevenção e controle.
Todos estes dados refletem o significativo impacto causado pelo diabetes, com grande frequência na população, complicações associadas a alto risco de morte como os infartos, adesão baixa ao tratamento e consequente mau controle, implicando em elevados custos com hospitalizações e complicações.
Por isso, os cuidados com a saúde das pessoas com doenças crônicas, como o diabetes, precisam ser contínuos, influentes no estilo de vida, dinâmicos e apropriados e devem ser prestados por equipes de profissionais de saúde devidamente capacitadas para cuidar e ensinar o autocuidado do diabetes para os pacientes.

 

Fonte: ADJ Diabetes Brasil

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