Lucas Silva Barbosa, Economista Chefe
Olá, caro leitor!
Neste espaço, proponho sempre trazer temas que ajudem a conectar sua rotina médica à sua saúde financeira. Hoje, vamos conversar sobre um conceito fundamental, mas muitas vezes subestimado: a inflação.
A inflação é, resumidamente, o aumento generalizado dos preços ao longo do tempo. Parece algo distante da prática clínica, mas ela afeta diretamente seu poder de compra, sua capacidade de investimento e seu planejamento para o futuro — especialmente quando o horizonte é de décadas.
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) é o principal indicador da inflação no Brasil e também o índice oficial utilizado pelo governo federal. Esse índice é calculado e divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Ele mede a variação dos preços de uma cesta de bens e serviços consumidos pelas famílias e serve como referência para definir, por exemplo, as metas de inflação do Banco Central e o reajuste de contratos e investimentos. Quando um investimento é “indexado ao IPCA”, isso significa que ele protege o poder de compra do investidor, já que o rendimento acompanha a inflação oficial acrescida de uma taxa de juros real.
Outros índices de inflação no Brasil
Além do IPCA, o Brasil conta com outros índices importantes para medir a inflação, cada um com características e finalidades distintas:
- INPC – Também calculado pelo IBGE, é voltado para famílias com renda mais baixa.
- IGP-M – Calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), é amplamente utilizado para reajustes de contratos de aluguel.
- IPC-Fipe – Apurado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, mede a inflação na cidade de São Paulo.
Quando o dinheiro perde força
Imagine o seguinte: você guarda R$ 100 mil hoje na poupança. Ao longo dos anos, sem um investimento adequado, esse valor perderá poder de compra.
A remuneração da poupança, atualmente, é de 6,17% ao ano + TR, mas historicamente ela tende a render menos do que a inflação. Isso pode resultar em perda real de patrimônio.
Exemplo real:
Em 2015, a inflação medida pelo IPCA foi de 10,67%, enquanto a poupança rendeu apenas 8,07% — uma diferença significativa que impactou diretamente o poder de compra de quem manteve seus recursos exclusivamente nessa modalidade.
O carrinho mais leve no supermercado
Vamos ilustrar isso de forma mais direta:
Suponha que você tenha guardado hoje R$ 800, o valor exato de uma cesta básica, na poupança. Considerando o cenário de 2015, no ano seguinte essa mesma cesta poderia custar R$ 885 (10,67% a mais), mas o valor aplicado teria crescido apenas para R$ 865.
Mesmo com rendimento, seu dinheiro não acompanhou o aumento dos preços.
Uma inflação de 5% ao ano, por exemplo, reduz o valor real do dinheiro quase pela metade em 15 anos.
Profissionais da saúde: atenção ao futuro
Para quem enfrenta jornadas extensas e uma rotina intensa, pensar no longo prazo é essencial. Construir um patrimônio que garanta estabilidade é uma forma de cuidar não só dos pacientes, mas também de si mesmo.
Como se proteger da inflação?
A resposta está na alocação eficiente de ativos:
✔️ Títulos indexados à inflação, como o Tesouro IPCA
✔️ Fundos imobiliários e ações com histórico de valorização
✔️ Em alguns casos, commodities também podem ser úteis
Manter um acompanhamento constante da carteira e reavaliar as escolhas periodicamente é indispensável. Como na medicina, o diagnóstico financeiro também exige precisão e cuidado contínuo.
Inflação e aposentadoria: um alerta silencioso
Muitos médicos focam em acumular um valor absoluto, sem considerar o poder de compra futuro desse montante. Não basta guardar R$ 2 milhões — é preciso saber o que esse valor realmente poderá proporcionar.
Planejar com a inflação em mente é essencial para garantir uma aposentadoria tranquila. Afinal, não é incomum encontrar profissionais que trabalharam a vida toda e, ao se aposentarem, descobrem que o que acumularam já não acompanha os custos de vida.
Conclusão
A inflação é como uma doença silenciosa: corrói o valor do seu dinheiro aos poucos. Como na medicina, prevenção e acompanhamento são as melhores estratégias.
Investir bem e com consciência é a receita para manter seu patrimônio saudável e garantir um futuro financeiramente estável.
Fico à disposição para trocar ideias e ajudar você a enxergar melhor seu futuro financeiro.
Um grande abraço e até a próxima coluna!
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