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O mês de abril é dedicado para alertar a população sobre a Prevenção, o Combate e a Reabilitação aos diversos tipos de cegueira. A Coalizão Vozes do Advocacy e a Retina Brasil, além de ambas participarem da audiência pública, vão iluminar a Câmara dos Deputados e o Senado nos dias 8 e 9 de abril, a partir das 19h, em parceria com o Deputado Zacharias Calil e com a Senadora Mara Gabrilli.

Dados do último Atlas da Federação Internacional do Diabetes mostram que o Brasil tem 16 milhões de pessoas com a condição e cerca de metade deste público, ou seja, 8 milhões não sabem que têm este diagnóstico *.

Um estudo não muito recente, mas que na prática os dados não fogem muito da realidade brasileira é: Prevalência e Correlações do Controle Glicêmico Inadequado: resultados de uma pesquisa nacional em 6.671 adultos com diabetes no Brasil. Os dados mostram que o controle glicêmico inadequado foi de uma média de 76%, sendo que 90% das pessoas com diabetes tipo 1 e 73% em indivíduos com diabetes tipo 2.

A junção da falta do diagnóstico precoce e da adesão ao tratamento traz um resultado alarmante: o gasto com saúde relacionado à condição atingiu 42,9 bilhões de dólares em 2021, no Brasil*. Em curto prazo, o mau controle do diabetes pode levar à maior suscetibilidade da pessoa com a condição a desenvolver complicações, entre elas a Retinopatia Diabética.

O estudo “As Condições de Saúde Ocular no Brasil”, publicado em 2019 pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia, ressalta que a retinopatia diabética é responsável por 4,8% dos 37 milhões de casos de cegueira devido a doenças oculares, o que equivale a 1,8 milhão de pessoas.

No Brasil, segundo as diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2019-2020), a retinopatia afeta 4 milhões de pessoas, correspondendo de 35% a 40% dos indivíduos com a condição. A melhor forma de evitar a retinopatia diabética ou diagnosticá-la precocemente é controlar a glicemia adequadamente, visitar o oftalmologista com a descoberta do diagnóstico do diabetes e ter um acompanhamento anual com este profissional. Se houver alguma alteração da visão, é necessário visitá-lo o mais rapidamente possível.

”Nós pedimos as informações via Lei de Acesso à Informação sobre as dificuldades de acesso ao tratamento oftalmológico em São Paulo. Por exemplo, em Presidente Prudente, há 18.823 pessoas esperando a primeira consulta do oftalmologista, o que leva a uma espera de 13 meses. Em Rio Preto, há uma demanda reprimida no sistema para consultas na especialidade de oftalmologia de 35.528 pacientes com tempo médio aproximado de espera de 272 dias. Em Araçatuba, há 17.963 pessoas que aguardam as consultas com oftalmologistas” relata Vanessa Pirolo, coordenadora da Coalizão Vozes do Advocacy em Diabetes e Obesidade.

Como desdobramento desta fila, temos conhecimento de que várias pessoas com diabetes se encontram com estágio bem avançado da complicação, em que o oftalmologista não consegue reverter a perda de visão com qualquer tratamento disponível no SUS. Sabemos que se todas as pessoas com diabetes visitassem este especialista uma vez ao ano, preventivamente, haveria uma diminuição do gasto no SUS”, complementa Vanessa.

A Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados convocou: Vanessa Pirolo, coordenadora da Coalizão; Maria Julia Araújo, diretora Da Retina Brasil; Dr. Arnaldo Bordon, presidente da Sociedade Brasileira de Retina E Vitreo; Dr. Ruy Lyra, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes; Mauro Junqueira, secretário executivo do Conasems; Roney Pereira, representante da Secretaria de Saúde de Goiás, para participarem da audiência.

A intenção é que os participantes discutam soluções para melhorar ao acesso ao diagnóstico e ao tratamento da retinopatia diabética. Ao mesmo tempo, com a iluminação das fachadas de ambas instituições, a proposta é que os senadores e deputados se tornem mais sensíveis à causa para que trabalhem políticas públicas, que ajudem a melhorar o acesso ao tratamento. A audiência será transmitida pelo canal: https://www.youtube.com/watch?v=J0v55THJYc4

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