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O feriado de 7 de setembro foi de muito conteúdo relevante no 64º Congresso Brasileiro de Oftalmologia, evento virtual a partir de Campinas. Na sala 10, o CBO Mulher teve uma sessão coordenada por Keila Miriam Monteiro de Carvalho e Maria Cristina Nishiwaki Dantas, e como discutidoras Denise Fornazari de Oliveira e Mariangela Gomes Pereira Sardinha.
Durante o painel, Guita Grin Debert, antropóloga da Unicamp, comentou sobre as dificuldades do home office em tempos de pandemia principalmente para o sexo feminino. “Uma pesquisa na Inglaterra mostra que a mulher é interrompida a cada 1 hora quando está em home office enquanto os homens a cada 3 horas”, revelou. Segundo ela, independente do gênero, o nível de exploração por parte das empresas deve aumentar muito. Ela disse que há companhias propondo colocar câmera em casa para ver quantas horas o funcionário está trabalhando para calcular as horas extras. “As pessoas comentam que estão mais produtivas, mas esta produtividade pode ter um preço muito mais alto do que somos capazes de pagar”, concluiu.
A médica e pesquisadora da Fiocruz Margareth M. Pretti Dalcolmo comentou sobre a atual pandemia de Covid-19. De acordo com ela, estamos diante de uma situação que depende de muitas variáveis para ser controlada. É importante, por exemplo, que mesmo quem já se contaminou continue tomando todos os cuidados, como usar máscara. Sobre a volta às aulas, disse que abrir escolas envolve logística e custos que as escolas terão de arcar. “O padrão ouro ideal é que todos os funcionários fossem testados a cada 15 dias. Sem contar que as crianças podem transmitir para pais e pessoas mais velhas. Um último estudo da Harvard mostrou isso de forma clara o que fez com que muitos estados americanos recuassem na abertura de escolas” apontou.
Carla Dickson, deputada federal e oftalmologista, palestrou sobre A mulher no Parlamento. “Comecei a estudar e vi que países em que há mulheres no governo o IDH é maior. Mas esbarramos no problema da representatividade da mulher na política”. Na eleição de 2018, dos 513 deputados eleitos no Brasil, apenas 77 são mulheres; dos 81 senadores, elas são 12. Segundo o mapa “Mulheres na Política 2019”, da Organização das Nações Unidas e da União Parlamentar, no ranking de representatividade feminina no Parlamento, o Brasil ocupa a posição 134 de 193.  Além da presença feminina, Carla ainda enfatizou a importância da classe médica na política para discutir temas como a proposta de nova política nacional sobre drogas, a reformulação do SUS, aborto e o uso medicinal da maconha. “A frente parlamentar de medicina é extremamente atuante e estamos discutindo esses temas no sentido de ter o melhor para a nossa população”. “sobre mulheres na política: elas podem e o Brasil precisa”, finalizou. 

Fonte: Revista Universo Visual

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