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Pesquisadores do National Eye Institute (NEI) identificaram uma nova doença que afeta a mácula, uma pequena parte da retina sensível à luz e necessária para uma visão central nítida. Nela, as mutações do gene TIMP3 não aparecem na proteína madura, como costuma acontecer em casos de distrofias maculares.
“Achamos surpreendente que dois pacientes tinham variantes TIMP3 não na proteína madura, mas na sequência de sinal curta, que o gene usa para cortar a proteína das células. Mostramos que essas variantes evitam a clivagem, fazendo com que a proteína fique presa na célula, provavelmente levando à toxicidade do epitélio pigmentar da retina”, explicou Bin Guan, Ph.D., autor principal do estudo.
As distrofias maculares são distúrbios que geralmente causam perda visual central devido a mutações em vários genes, incluindo ABCA4, BEST1, PRPH2 e TIMP3. Essa última é uma proteína que ajuda a regular o fluxo sanguíneo da retina e é secretada pelo epitélio pigmentar da retina (RPE), uma camada de tecido que nutre e suporta os fotorreceptores sensíveis à luz da retina. Todas as mutações do gene TIMP3 relatadas até então estão na proteína madura, após esta ter sido “cortada” das células RPE em um processo chamado clivagem.
Entre as doenças conhecidas  ligada às variantes TIMP3 está, por exemplo, pacientes com Distrofia de Sorsby Fundus, uma doença ocular genética que geralmente desenvolve sintomas na idade adulta. Estes pacientes geralmente têm mudanças repentinas na acuidade visual devido à neovascularização da coróide – novos vasos sanguíneos anormais que crescem sob a retina, vazando fluido e afetando a visão.
No caso da nova doença, como esclarece Cathy Cukras, MD, Ph.D. ., especialista em retina médica que avaliou clinicamente os pacientes, “os indivíduos tinham escotomas, ou pontos cegos, e alterações em suas máculas indicativas de doença, mas, por enquanto, têm visão central preservada e nenhuma neovascularização coroidal, ao contrário da típica distrofia de fundo de Sorsby”.
Ainda segundo os pesquisadores, a descoberta de novos mecanismos de doenças, mesmo no caso de genes conhecidos como TIMP3, é importante pois ajuda pacientes que procuram o diagnóstico correto e apoia o desenvolvimento de novas terapias.
Os cientistas relatam suas descobertas sobre a nova distrofia macular, que ainda não foi nomeada, no JAMA Ophthalmology.

Fonte: Revista Galileu

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