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Pesquisadores do Boston Medical Center (BMC) fizeram um levantamento para tentar desvendar qual o melhor caminho para um desafio encontrado nos estudos clínicos: a falta de diversidade entre os participantes.

Para a análise, foram avaliadas informações de triagem de 1.380 pacientes da clínica oftalmológica de um hospital acadêmico. Os registros de triagem incluíram informações como a decisão de cada paciente de participar ou não do estudo e dados demográficos. A média de idade foi de 58 anos e 43,5% dos participantes eram negros, 25,1% eram latinos ou hispânicos, 28,6% eram brancos e 2,8% se identificavam como parte de outra raça ou etnia. Outros 5,8% se recusaram a fornecer informações demográficas.

Outro dado que fazia parte do registro de triagem eram as informações sobre a pessoa da equipe de pesquisa que abordou o paciente. E é aqui que está um achado relevante. Os pesquisadores descobriram que se essa pessoa fosse da mesma raça ou etnia que o paciente, 65,1% dos pacientes consentiam em participar do estudo, em comparação com 39,9% que consentiam quando abordados por um membro da equipe de uma raça ou etnia diferente.

Pacientes negros, hispânicos e latinos eram menos propensos a consentir em participar de estudos em comparação com os brancos. Aqueles que eram de um nível socioeconômico mais baixo também eram menos propensos a fazer parte de estudos clínicos. Quando o corpo clínico era de uma identidade étnica ou racial semelhante aos participantes em potencial, as chances de consentimento dos aumentaram em um fator de quase 3.

Ou seja, segundo os pesquisadores da BMC, uma estratégia para lidar com o déficit de diversidade nos estudos clínicos é aumentar a diversidade da equipe de pesquisa que trabalha diretamente com os inscritos nos estudos.  Levantamentos anteriores mostram que há diferenças raciais e étnicas na prevalência de algumas doenças e que grupos específicos de pacientes respondem de forma diferente aos mesmos tratamentos. Por isso, de acordo com os cientistas, “alcançar a equidade em saúde significa que os tratamentos precisam funcionar igualmente bem para todos, portanto os ensaios clínicos precisam inscrever cortes de pacientes que correspondam à demografia da carga da doença. As minorias raciais e étnicas participam de estudos clínicos em taxas significativamente mais baixas em todas as especialidades médicas”.

Fonte: American Academy of Ophthalmology

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